segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pelo caminho em direção ao trabalho passo quase em frente a aquela igrejinha.

Ela me parece tão singela, sinto uma proximidade com ela. Com igrejas assim, na verdade.

Todos os dias faço o sinal da cruz em forma de benção e lembro do meu pai.

Ele, que em sua fé tinha uma relação tão próxima com Deus.

Passo todos os dias e dou bom dia para meu pai. Um oi, um alô, um pensamento. E, para mim, é como estar mais perto de dele.

A fé que ele tanto quis que atingisse suas filhas. Mas que elas desenvolveram de outra forma, aceitando alguns outros costumes.

Mas o meu oi diário é o que me importa.

Hoje pensei em como será quando não tiver mais que percorrer esse caminho. Encontrarei outro costume que me toque ao ponto de ter a mesma sensação?

Sinto sua falta. Tanta, que acho que tenho evitado o sentimento. O que sei, pode me fazer bem mal lá para frente. Mas, por ser uma dor tão inigualável tem sido preciso ser assim. Evitar sentir. Pois, quando lhe foi permitida vir tudo saiu do lugar de uma maneira tão profunda que eu perco o eixo de tudo, do meu lugar no mundo, em um breu sozinha. Você minha luz e chão, sem ela, para onde ir? Qual o sentido de continuar?

Fui em um show no final de semana, que se não fosse a cultura passada por vocês (pais), nunca teria ido. Ao meu lado, um pai, uma mãe, dois filhos. As crianças sentadas e cansadas. Os pais, dançando, cantando, fumando. O pai, em certo momento, foi dançar de frente para os filhos, abaixando e brincando, um se animou e tentou um jogo de braços para lá e para cá, o outro emburrou mais. Me lembrou a infância, um show que fomos e outros tantos momentos parecidos.

Como eu queria chegar, você deitado na cama e ao meu ver, sentaria para me dar um beijo e dizer "oiii baixinha!".

Como eu queria de novo, deitar do seu lado para ver tv e você colocar a mão na minha cabeça e me fazer cafuné. Tomar cerveja antes do almoço. Sua mão no meu ombro ao andar pela rua.

Disfarçar as lágrimas no trabalho com um bocejo para ninguém notar o buraco que sempre terá.

E a cada decisão de vida não ter o conselho e orientação.

Agora vou ter que me virar e certamente a cada ação minha será para que você tenha orgulho de mim. Mas sem que eu possa te ligar para contar.

Vem reclamar que a minha gata está entrando na casa e ameaça bater nela. Vem ser turrão, chato, brigão e ser ainda a maior expressão de amor da minha vida.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

sim, sou jornalista. trabalho com comunicação corporativa e vivo de escrever.
seria lindo e poético quando flui e se o no texto coubesse tal poesia.

escrever é montar um quebra cabeça, construir aquele bloco perfeito.
mas hoje é um daqueles dias em que simplesmente nada se encaixa.
nada serve.
escreve, apaga, escreve, apaga.
deixar para amanhã?
seria ótimo se já não estivesse atrasada com o prazo.

aqui é o único lugar que sai sem precisar pensar muito.

sábado, 3 de maio de 2014

I don't fit in anymore.
Did I ever?