quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

- Era o impossível?

- Acho que não.

Eu quis a brecha para um relacionamento começar a escorregar por ali.
Eu quis você.
Conhecer do que é feita, sua essência, suas dores, seus amores.
Queria conversas despretensiosas em mesas de um bar qualquer. Daquelas que, quando se percebe, já se sabe muito em poucas horas.
Conversas de travesseiro com pequenas confissões deliciosas e bobas.
Quis você na minha porta porque não aguentou de saudade, e quem se importa se fosse de madrugada?
Um bobagem comprada que eu gosto e viesse entregar.
Que fizesse questão de estar junto e acompanhar, até nos eventos chatos. Eu faria. Mas você não pediu. Não queria me incluir ali.
Também queria colo, proteção e que viesse correndo. Que em qualquer ocasião alheia, olhasse e falasse: que bom que você está aqui.
Que eu fizesse bem, não só por ser uma pessoa "considerada" boa, incrível. E que sempre é a amiga.
Também queria paciência e calma, que entendesse minhas crises, meus vazios, meus complexos e inexatidão.

Queria todas dessas pequenas coisas que nos unem. Mas que ficaram no "poderia acontecer".

Pensando bem, até mesmo no primeiro dia tivemos alguém na mesa. Buscada por você do outro lado da rua.

Ah, o primeiro dia. Esperava um encontro qualquer, decepcionar com qualquer pequeno detalhe ridículo que faria pensar em qual seria a melhor maneira de encerrar aquilo logo. Até eu virar para trás. Até o seu sorriso me pegar e eu não querer soltar.

Até eu não conseguir mais.

Tudo poderia sim ser mais e melhor.
Eu também.
Mas não sei ser menos.
Não sei e não quero me segurar, não demonstrar, me vigiar para não sentir ou demonstrar.

Você não sabe o inverso.
Talvez não queira.
Não sei se algum dia você quis se jogar, mesmo com medo. Tenho a sensação que sim, com uma pessoa.
Mas não comigo.

No fundo, acho que é só isso.
Você nunca quis, não sentiu.
Foi paixão passageira.
Dessas de carnaval, mas no inverno.

É, não era o impossível, apenas não era.









domingo, 30 de novembro de 2014

Sabe Patrícia, às vezes sinto um dor. Absurda. De um vazio tão fundo. Que nunca soube de onde veio.

Já te contei que desde que me lembro eu fui assim. Essas dores, afiadas, que chegam ao nada. Como se eu sentisse tanto, que parece que não sinto nada.

É, acho que não sei descrever. E faço tantos absurdos durante esse não sentir, como buscar a última pessoa que esteve por aqui.

Eu sei, eu sei, não é ela. Nunca foi. Mas eu fiz mais do que já fiz. Senti. Apaixonei.
E hoje, de novo, lancei um pedido de ajuda desesperado cheio de mágoa, quem nem dela era.Não sei porque chamo de pedido de ajuda. É só uma tristeza absurda que vem de vez em quando. E é muito a se pedir.

Ela, que não entende metade do que eu digo. E quem entenderia?
Falei, dorme comigo de despedida. Mas, na verdade, não é despedida, é que não quero ficar sozinha. Ta difícil, a vida. Mas não é isso também. Queria que viesse correndo e desse colo como eu faria.

Disse tudo isso. No auge da crise. E ela disse, você não entende. E eu: você também não.

E quem entenderia?

Ela acha que é cobrança. Eu acho outra coisa. Ficamos assim.

Mas, sei, que com tudo, era ela que servia agora. Não sei porque. Não sei explicar.

Já fiz isso em diversas vezes, com diversas pessoas.
Não sei o que fazer para isso mudar.
Isso de uma vida inteira.
A cada festa tem sempre um momento em que fico mal. Já te falei isso, lembra? Vem e parece que não saio mais. Acabo chorando.

É horrível. Parece que sempre busco aquele cuidado. Alguém que venha e cuide.

Será coisa de mãe?
De mim?

Vou para por aqui. Minha gata tá aqui, pedindo atenção, chamando com a pata e agora parece que abraçou meu braco.

O pedacinho cheio de pelo de alegria desse ano.


De tudo
No final da festa
Sobrou
Eu e o cachorro.

Ele babando
Eu fazendo carinho.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Porque ser trouxa tá na moda

quédize..
a pessoa termina comigo. fala que não consegue me amar
e numa conversa amistosa
eu me proponho a fazer uma lista de coisas que gosto dela
QUAL É O PROBLEMA COMIGO?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Me tornei uma cachoeira
Depois da yoga
E uma long neck na mão.
Pai,

Que saudade das cervejas e conversas na padaria.

De como em cada uma você me apresentava: é minha filha.

E eu sorria com orgulho.

Desculpa por esses dias. Mas é que não ta fácil não.

Você faz falta.

Meu cordão umbilical que foi agora.


ei.

descobri coisas novas.
músicas que me lembram você.

queria compartilhar.

com você e não com a tela que você vê.

mas para que?

para quem?


é do fim de a Culpa é das Estrelas.
e vai ficar aqui só para constar.
engraçado que não lembro disso no livro.
mas só no filme me doeu. me marcou.
sim, é o momento.

sempre são os momentos.

"You don't get to choose if you get hurt in this world...but you do have some say in who hurts you. I like my choises".



eu tenho uma foto minha criança colada no computador.
foi uma ação qualquer no trabalho e ao devolverem colei aqui.

bem de frente para mim.

a touquinha branca, coisa da minha avó.
mordendo o beiço fazendo graça.

tenho a impressão que sempre fui essa com um peso no peito.
fazendo graça para os outros ao redor estarem bem.

o olhar longe e vago.
mas não nessa foto.

queria saber como era essa menina.
que vivia antes das minha lembranças.
vagas, de uma pouca idade.

nasceu e já tinha responsabilidades.
soube recente, que me preocupada desde pequenininha, como diria minha outra avó.

ainda não sei porque coloquei aqui. e olho sempre.
talvez porque seja ela, aquela criança, a única que caminhou comigo a vida toda.
a presença constante. eu.
ela ali dizendo: eu to sempre aqui.
e é a única que realmente está.

ahh se eu pudesse abraçar a guriazinha de toca branca
sorriso safado
e mostrar,
ei, não estamos sozinha.
temos uma a outra.

e é com isso que vamos contar o resto da vida.

um dia com rugas, estaremos três.
estivemos sempre aqui.

é o que restará
junto com o que espalhamos por aí.

cansada de falar com a tela do meu celular.

de receber mensagens curtas e esporádicas.

de acreditar sempre.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sobrou eu
Um copo
Uma garrafa
Uma cadeira vazia
E até a mesa são dois uns, que não se somam.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Carta para você

Porque apareceu.

Me fez ficar.

Por que fingiu querer ficar?

Há 04 dias me ligou dizendo o quanto sentia a minha falta. E que chegava a doer.
Falou que estava se apaixonando.
Hoje, as coisas mudaram.

E sobrou uma escova de dente pendurada no banheiro.
A almofada que eu nunca mais vou conseguir abraçar.
E as lembranças que dançam no meu quarto.

Não, para mim as coisas não são assim, frias, objetivas, fáceis.
E não adianta nada que eu fale ou faça.
Você não quer ir além. Oferecer mais.
Acha que faz muito, mas se esconde.
Você quer mais, mas o inverso não.

Talvez eu tenha me enganado demais com você.
E mesmo assim. Cai. Por você.

Achei que poderia ajudar. Que seríamos mais. Que se eu tivesse paciência e cuidado você ia começar a sentir, a se abrir, a deixar rolar, sentir sem segurar.
Eu jurava que era só isso que precisava.
Mas não é. Não é porque você não quer.
Você prefere assim, ser um muro.
Mas muros machucam para não serem machucados.
Por mais que você tente.

Doí demais você não enxergar. Não perceber, que não, eu não sufoco. O inverso sim. Mas, até isso, achei que se eu mostrasse que eu sou diferente, que não sou como a maioria,  que você podia acreditar, que se eu conversasse tudo isso ia se ajustar. Que você saberia, que quando sou de alguém, sou de alguém e pronto.

Mas você gosta da insegurança, você gosta de provocar isso no outro, acha que é importante que o outro saiba que não tem você 100%, que então é melhor sempre ir atrás e tentar mais. Gosta do ciúme, mas quando demonstra demais já não quer.

Você vai ser sempre a pessoa que se contradiz a cada minuto e me deixa perdida.
E até nisso, abri todas as exceções e tentei lidar.

Abri todos os meus pré-conceitos sobre o que considero essencial, para você bagunçar.  Quis mostrar, tudo que eu gosto para que você soubesse quem sou eu.
Mas você não quis ver. Nunca quis.

Você testa. Ameaça ir embora. Não atende. Não responde.
Nada disso me serve.

Mas servia você. Quando estávamos juntas bem.  
Quando você estava disposta a ceder um pouco, e foi pouco.

E eu me dispus a ceder. Até no apelido.
Abri as portas. Apresentei minha família, me expus.
Tentei dessa vez tudo que não tentei com mais ninguém. Quis fazer diferente, quis ser melhor.
Mas não adianta se for só eu.  Se não for recíproco. E ouvir que fui que estraguei tudo.

É uma pena mesmo você não ver.

Até mesmo todo o tempo que usei para escrever isso, pode ser que não tenha valido de nada.
Que o que você quer é outra coisa mesmo. Alguém que faça tudo como você quer. Alguém com a mesma maturidade e as mesmas ideias.

Talvez você, realmente, não saiba o que é gostar de verdade, se apaixonar ou amar. Ou nunca tenha se permitido.


E mesmo doendo. Muito. Ainda te liguei na noite anterior, e se você tivesse atendido eu teria tido: Apesar de tudo, queria dormir com você nessa noite fria. 
só ficou aquela escova de dente pendurada no  banheiro.

e as milhares de imagens que dançam pelo meu quarto.


é hoje.

foi ontem, mas vai ser hoje.

em que tudo volta a ser vazio.

o abrigo que nunca existiu

volta a ser um cobertor e dois travesseiros.

e o acorda e levanta sem graça.


sábado, 15 de novembro de 2014

.porque algumas vezes eu quis morrer. mas não é que eu quisesse morrer. eu queria que parasse.

Clarah Averbuk.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

deixei o café pela metade
naquela manhã cinza.

ouvi a música no repeat
enquanto o nosso contato diário pisca na tela do meu celular.

não quero.
não quero amenidades.
quero discussões acaloradas sobre assuntos diversos que não seja sobre nós.

mostrar,
descobrir,
aprofundar.
afundar.

deveria fazer parte.
mas não.

não faz.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Fui embora mais uma vez.
Beijei sua bochecha e fui.
Me lembro de fechar a porta e não olhar para trás.

E do vazio
Profundo
Tão absurdo que beira até a falta de sentir.
Nele, a dor já passou seus limites.

Amor, cheguei a tempo. Consegui entrar naquele ônibus. Eu teria te dito.
Se não tivéssemos nos virado sem dar adeus.

Meu tchau seco ficou pairando pelo ar.
Naquele espaço que tanto me absorveu.
Que me roubou um pedaço.

Somos misturas de passados, tentando nos manter eretos.
Continuamos quadrupedes funcionais.

Acho que nada mais me serve.
Mas, numa teimosia incerta, permaneço aqui.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Abrigo


vem, 

se ajeita no meu colo.
aquele que você permitiu
o único que você deixa vir acompanhado de cafuné.


vem,

que meus dedos entrelaçam o seu cabelo
enquanto olho as estrelas na parte de trás da sua orelha
e minha mão se esparrama pelas suas costas


fica,

que eu vigio enquanto você dorme
enquanto os pássaros do seu ombro saem e passeiam por aí
e te cubro do frio que você sempre sente


fica,

que o sossego chegou
e alojou-se finalmente aqui
entre eu e você
e os dias por vir.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Me escondo nas beiradas
em sombras do sol
em buracos dentro de mim.

Me escondo no trem lotado
no rosto sem expressão
e no sorriso estampado.

Me perco nos fones de ouvido
em olhares desconcertados
nos fixos e distantes.

Me perco em caminhos tortuosos de emoções imprecisas
em erros contínuos
na falta de sentido

Me mostro em rima e prosa
nas mensagens eletrônicas
curtas e imprecisas

Uma fresta que é toda uma janela.



terça-feira, 16 de setembro de 2014

De volta a vida.

Voltamos a programação normal.

A vida nos intervalos de finais de semana, espera de férias, feriados prolongados e poucas horas de sono.

O ritmo louco, barulhento, cansativo das mesmas músicas e automotivação (que vamos combinar, para quem funciona?).

Textos vazios e automáticos. Incrível como não fluem.

Revisões corridas e muitos erros cometidos, nas letras, na vida, nos sentimentos.

E mesmo assim, tudo ainda está em paz, apesar do cansaço descomunal que dá o ar da graça e resolve se instalar.

E a vida? É isso? Acorda, corre, café, banho, trânsito, lotação, sono, textos, e-mails, sonhos, devaneios, conta bancária, mais e-mails, problemas, textos, planilhas, envios, cérebro travado, café, café, café, corre, transporte, curso, academia, corre, casa, janta, dorme, pisca e acorda.

terça-feira, 10 de junho de 2014

lorem ipsum

O seu nome aparece e meu coração pula.

f5, f5, f5...

nada.

fui dormir imaginando como seria ter você do lado para abraçar.

assim, sem mais nada.

só te abraçar e adormecer.

sei que não vai acontecer.

sei?

fui embora feliz desde o primeiro encontro.

preciso esquecer.

não quero.

nem você...



segunda-feira, 9 de junho de 2014

Quando tudo está perdido

Você vai lá e procura respostas no horóscopo.

Quão patético é isso?
amanheci..

com os olhos que pareciam terem sido esmurrados,
mas que foi só o choro.

a mão roxa,
do soco na parede.

e um buraco enorme no peito.

e mesmo revendo e repassando tudo tudo, eu sei que tenho que esquecer.

mas amanheci.

ainda querendo você.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Tempo de pipa

Por alguém sem mais nem menos.

Sem jogos, encruzilhadas.

Por alguém que se importe com todas as suas partes. Que não fuja da parte sensível e goste só da parte palhaça.

Por alguém que não pergunte "mas e a terapia?" quando você não esteja bem.
Mas que chegue com algo que você goste e apenas fique.

Por alguém com certezas que você não tem.

Que esse alguém te gele o estômago.

Por que aparecer não é o suficiente quando não te gela. Não te faz trocas as letras, os pés pelas mãos, se não te faz tropeçar, gaguejar e a cabeça voar.

Uma pena não ser você.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pelo caminho em direção ao trabalho passo quase em frente a aquela igrejinha.

Ela me parece tão singela, sinto uma proximidade com ela. Com igrejas assim, na verdade.

Todos os dias faço o sinal da cruz em forma de benção e lembro do meu pai.

Ele, que em sua fé tinha uma relação tão próxima com Deus.

Passo todos os dias e dou bom dia para meu pai. Um oi, um alô, um pensamento. E, para mim, é como estar mais perto de dele.

A fé que ele tanto quis que atingisse suas filhas. Mas que elas desenvolveram de outra forma, aceitando alguns outros costumes.

Mas o meu oi diário é o que me importa.

Hoje pensei em como será quando não tiver mais que percorrer esse caminho. Encontrarei outro costume que me toque ao ponto de ter a mesma sensação?

Sinto sua falta. Tanta, que acho que tenho evitado o sentimento. O que sei, pode me fazer bem mal lá para frente. Mas, por ser uma dor tão inigualável tem sido preciso ser assim. Evitar sentir. Pois, quando lhe foi permitida vir tudo saiu do lugar de uma maneira tão profunda que eu perco o eixo de tudo, do meu lugar no mundo, em um breu sozinha. Você minha luz e chão, sem ela, para onde ir? Qual o sentido de continuar?

Fui em um show no final de semana, que se não fosse a cultura passada por vocês (pais), nunca teria ido. Ao meu lado, um pai, uma mãe, dois filhos. As crianças sentadas e cansadas. Os pais, dançando, cantando, fumando. O pai, em certo momento, foi dançar de frente para os filhos, abaixando e brincando, um se animou e tentou um jogo de braços para lá e para cá, o outro emburrou mais. Me lembrou a infância, um show que fomos e outros tantos momentos parecidos.

Como eu queria chegar, você deitado na cama e ao meu ver, sentaria para me dar um beijo e dizer "oiii baixinha!".

Como eu queria de novo, deitar do seu lado para ver tv e você colocar a mão na minha cabeça e me fazer cafuné. Tomar cerveja antes do almoço. Sua mão no meu ombro ao andar pela rua.

Disfarçar as lágrimas no trabalho com um bocejo para ninguém notar o buraco que sempre terá.

E a cada decisão de vida não ter o conselho e orientação.

Agora vou ter que me virar e certamente a cada ação minha será para que você tenha orgulho de mim. Mas sem que eu possa te ligar para contar.

Vem reclamar que a minha gata está entrando na casa e ameaça bater nela. Vem ser turrão, chato, brigão e ser ainda a maior expressão de amor da minha vida.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

sim, sou jornalista. trabalho com comunicação corporativa e vivo de escrever.
seria lindo e poético quando flui e se o no texto coubesse tal poesia.

escrever é montar um quebra cabeça, construir aquele bloco perfeito.
mas hoje é um daqueles dias em que simplesmente nada se encaixa.
nada serve.
escreve, apaga, escreve, apaga.
deixar para amanhã?
seria ótimo se já não estivesse atrasada com o prazo.

aqui é o único lugar que sai sem precisar pensar muito.

sábado, 3 de maio de 2014

I don't fit in anymore.
Did I ever?

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sobre mim.

Algumas verdades sobre mim:

- Sou destemperada.
- Tenho aspirações de amizades utópicas (foi o que me disseram).
- Pode ser que seja verdade. As construo nas bases erradas. Bases de família.
- Roí unhas por anos por achar bonito quem tinha unhas assim.
- Tenho diversas notas mentais que nunca as anoto.
- Meu lado emocional é um caos.
- Sou bem bacana e descolada, até me transformar em um monstro possessivo e inseguro.
- Sim, eu odeio isso.
- Tenho desesperos quando não entendo algo.
- Tenho padrões absurdos
- Sinto falta de coisas simples, como pisar na grama.
- Acredito que carinho, atenção e colo não se pedem, são perceptíveis e me sinto arrasada quando chego a pedir.
- As pessoas dizem que não sabem como agir quando não estou bem. Não sei bem como faço isso, mas talvez eu mesma crie essa confusão.
- Não tenho certeza sobre o último item. Se é isso, ou se é mais fácil falar que é isso.
- Exijo demais de quem eu amo.
- Não me é claro como eu tenho a proeza, mas eu afasto as pessoas.
- Percebi como meu olhar mudou e está triste naquela foto
- Sou canhota e capricorniana e tenho um orgulho imenso disso, mesmo parecendo uma bobagem.
- Eu gosto de meias coloridas.
- Às vezes, tudo que eu preciso é de um abraço sincero.
- Mas normalmente, to sempre querendo de uma pessoa específica, que podem variar.
- Tenho o complexo de insatisfação crônica
- Em festas, tem sempre uma hora que eu fico triste. Não me pergunte o por quê.
- Eu sinto falta de andar de bicicleta na beira da praia e algumas pessoas.
- Tenho desesperos agudos quando sinto que vou perder alguém. E isso não tem a ver com a morte.
- Eu demonstro carinho e amor com vários pequenos gestos e delicadezas, como sempre comprar uma besteira que a pessoa adora comer ou pedir a cerveja preferida.
- Me irrita quando falam que não se deve dizer "eu acho" e sim "eu acredito" ou "eu penso", sou a favor do eu acho, mas mesmo assim troquei o eu acho em toda essa lista.
- Gosto de coisas contraditórias e não acho ruim.
- Não tenho a menor ideia de porque senti a necessidade de escrever essa lista para mim.
- Acho linda a minha data de aniversário, sem motivo algum.
- Eu gosto de ser prioridade.
- Duas coisas que gosto em mim: Ironia e sarcasmo.
- Sou apaixonada por mãos. Acho elas expressivas. Odeio quando fazem trocadilhos por eu gostar de mão. Para mim é como gostar do sorriso.
- Eu não sei desapegar e é um processo extremamente doloroso.
- Tenho, nesse momento, 71 filmes listados como favoritos. De 1266 assistidos.
- Sou extrovertida, mas sou péssima quando saio com alguém, pior ainda se eu gosto desse alguém. Tremo, gaguejo, falo sem parar ou coisas sem sentido.
- Frequentemente sinto que é exaustivo ser eu.

Você em mim.

Olhar para a minha mão, muitas vezes é ver a sua.

Seu pedaço em mim.

Um dos muitos.

Entre muitos outros, que nem mesmo aparecem.




Não adianta gritar a plenos pulmões,

você está sozinha nessa.

terça-feira, 29 de abril de 2014

tem horas que não sei nem por onde começar.

esfrego a cara, os olhos, como um tique nervoso.

minha avó logo diria: Não faz isso! Vai descolar a retina.

tem horas que o vazio é tão grande, que nem a vontade de sumir aparece.

que diabos eu to fazendo aqui?


somos todos feitos de perdas, faltas e ausências.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Pai, você teria ficado tão puto com a falha imbecil do zagueiro do Santos.


É o seguinte

Melhor escrever do que engasgar, do que deixar por dizer e mal interpretar.

Queria escrever com a emoção de ontem e não com a raiva que acordei hoje, não, não é de você.

É uma raiva sem motivo a de hoje.

A tristeza não, ela tem diversos e mesmo assim parece não ser de nada.

Não por acaso, algumas insatisfações amplificaram seus sons.  E algumas mudanças tem me feito mal.

A culpa não é sua, tenho muita coisa mal resolvida. E você tem começado a resolver as suas.

Mas antes de tudo, antes até dessa nova pessoa aparecer, já sentia a distância um pouco maior.

Você tem agora se dedicado a você, resolvido coisas dentro de você de uma vida toda. E está mais do que certa.

Mas já sinto há um tempo a falta de disponibilidade. Éramos prioridade, independente do estado civil desse relacionamento. Eu não aceitava nenhum programa sem antes pensar: "vou ver com ela" e me entristecia cada vez que você não podia ou não queria.

Sei que o inverso aconteceu também por demais e já quis o meu espaço diversas vezes.

No entanto, de um tempo para cá, são muitos encontros e planos que já não estou mais inclusa. E não tenho direito de cobrar, porque também sei que você já se doou demais por mim, por todos.

Mas dói de uma maneira indescritível. É uma tristeza que alcança a dor mesmo. Já seria em qualquer fase da minha vida, mas acho que nesse momento me mostra um caminho cada vez mais sozinho.

Eu sei que diversas pessoas especiais estão ao meu redor. Mas nenhuma como você.

Nenhuma que faça eu me sentir tão especial, querida, cuidada e amada. E perder isso, especialmente agora, me faz sentir um término sofrido. Não o término de uma relação. O término de um ciclo. Não sou boa com isso. Não sou boa com esse vai e vem de pessoas especiais. Trocaria conhecer novas para manter inalteradas todas as que já passaram por mim e me tocaram. Coisas que faço e brigo diariamente. Seja para manter ou aceitar.

Mas não você.

Sei que você vai querer refutar cada pedaço do que eu disse. Esse é o meu olhar. Essa é a minha abertura como você jamais viu. Essa é a minha maneira de mostrar gratidão, não só por tudo que você fez no momento mais difícil da minha vida, mas para que você saiba que eu sempre soube e notei todo o seu esforço.

O desejo não existe. Você não sabe o quanto eu me odiei, o quanto maldisse o mundo dos sentimentos.

Mas você me completa em tantos outros níveis. Você é minha morada.

Perder parte disso (sim, eu sei que você me ama, entenda o que estou dizendo) me corta.

Sei que você tem sentindo coisas diferentes e então perderei de vez a prioridade. Já não combinamos nossos finais de semana e programas. A sua primeira mensagem e conversas durante todo o dia não são mais para mim. E a cada vez que o online aparece e não é para mim, me dói mais um pouco.

Não tenho o direito de exigir mais do que você já me deu. Mas para esse tipo de assunto sou por demais destemperada. Perco os sentidos, tremo e meu estômago gira.

Eu queria você só para mim. nessa prioridade.

Já quase ão temos mais a conversa, quase diária, sobre o que vamos fazer hoje? Topa uma cerveja? E toparíamos qualquer coisa, até os programas mais chatos. Só pela companhia.

Sei que você gostaria de contar comigo e dizer tudo o que tem sentindo e passado, mas que não pode. Sabe que me machuca e não entende.

Ninguém entende.

Sei que te afastei incontáveis vezes, sem perceber, sem nem eu mesma entender.

Te culpei por não ler minha mente e entender de imediato.

Já não recebo seus e-mail.

Não é a pessoa nova. Esse é só mais um ponto. Ver sua cara de boba a cada vez que pegava o celular. Te olhava de longe naquele casamento, sem você notar.

E me escondia.

Você faz parte de mim. You are my person.

E isso não vai para o caminho do romance como pode parecer.

Mas, confesso, já desejei que não desse certo essa nova conquista. E eu não me orgulho disso. Antes dela, vejo você "retomando" uma vida que sempre quis, descobrindo a pessoa que sempre quis ser.

Talvez, nesse sentido, você esteja em sua melhor fase .

Estamos em momentos distintos.

Tinha que ser justo agora?

Me odeio por isso, às vezes, doer mais que meu luto.

Você vai dizer que não estou te perdendo, que estará sempre aqui, que me ama.  E se assim for, saberei que não entendeu nem uma vírgula de todo esse texto.

Não quis me fazer de coitada. Toda vez que me abro tenho a sensação de que estou fazendo isso. Mas saiba, sei que não me abro, sou grossa, me irrito fácil. Muitas vezes, sou assim, involuntariamente. Ainda tenho muito a descobrir.









Hoje

Hoje eu ia te escrever, com todo o sentimentalismo da noite anterior.

Com todas as frases e emoções que fluíam junto com as lágrima.

Mas hoje chegou e uma raiva do mundo e gratuita veio com ele. Sem mais nem menos, não de você, de tudo e de nada.

Cansei desse eterno vai e vem, esse entre e sai das pessoas na vida.

Não administro bem esse tipo de mudança. Uma tristeza que invade e chega a doer. Como se dentro tudo fosse breu.

Perco todas as estribeiras e a razão que aparento ter.

Mas você sabe ou costumava saber que tudo não passa de uma bobagem, sou ridiculamente frágil, doída.

E o hoje veio,

sem graça e com a cara inchada.



I cry myself to sleep.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Sua baixinha

Ei, pai

Você viu? O Santos ganhou do Palmeiras.

Ei,

foi por quatro ontem!

dessa vez você não gritou pela janela que ia passar o jogo.

não me disse que não gosta desse e daquele.

como saber?

meu guia.

a mão parecida com a minha. mesmo formato da unha, do nariz.

o modelo que segui com tanto orgulho.

você deitado no meu ombro.

o olhar naquela última noite, com a mão que precisava de outra.

o sorriso cheio de efeito, mas ainda seu.

os dias contigo. os jogos de curling.

último momentos. tão próximos.

milhares de beijos, por não conseguir que aquele um fosse o último.

a palavra Pai que ficará guardadinha.

você. meu pedacinho maior. que cantou, brigou, sambou, sorriu, chorou, incentivou.

seu grito ao ouvir no telefone: Pai! passei!!

era meu segundo teste de direção.

- Pai! Consegui!

o emprego era meu.

o primeiro telefonema nessas ocasiões.

minha realização era te encher de orgulho.

e vai ser sempre assim.

a sua falta vai gritar em mim.

assim que anestesia passar.

assim...

assim que o Santos ganhar.








Lady.

visitei seu blog hoje.

você descrevendo que os melhores convites são para dançar.

lembrei daquela festa.

- vamos!

- me empresta uma blusa? vou com a calça do uniforme (que aliás, era bem in). 

bebidas. risos. pulo na piscina. beijos.

argh. vômito.  

você incrédula e rindo. 

uma vez, você disse:

- nunca vi alguém tão fina vomitando e em seguida continuar a correr para o mar. 

chuva. bicicleta. Guarujá.

o jeito como você encosta a cabeça no meu colo toda vez que me vê ou se emociona, um misto de pedir colo e oferecer carinho.

os tapinhas na mesa. 

tardes de quinta.

traz o champanhe para a nossa companhia.






quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

I´m a loud person.

I´m loud.

Minha risada é escandalosa.
Eu me empolgo contando algo e minha voz segue o mesmo ritmo.
Quando me irrito, eu perco a cabeça e grito. Fico cega. E grito.

E supostamente não posso ser assim.
Dizem que não se pode ser assim.
Namorada pedia toda vez para eu baixar o tom de voz no meio de uma história incrível. Ou não tão incrível assim.

Minha psicóloga diz que eu não posso ser assim.
Que na verdade, posso, apenas não quando se tem raiva.
Supostamente se perde a razão.
Eu não concordo.
Ela diz que isso são estudos ou um espécie de "acordo" mundial sobre esse aspecto, ou qualquer coisa assim.
E que eu deveria pegar o que eu acho, amassar e jogar fora.
Que tudo é uma questão de treino.

E tudo é treino.

Me cansa só de pensar.
Parei o kung fu porque você tem que treinar, decorar, obedecer.

E quando não temos que ser algo ou alguém, um sentimento, uma ação, uma determinada expectativa?

Sinto falta de tempos mais simples.
Daquela turma de rua.
De correr para casa para poder encontrar pessoas, bater papo, brincar, namorar, qualquer coisa assim.
Eu não corria para ligar a TV, que supostamente sempre fui viciada.

Trocaria meu programa favorito por uma turma de rua.
Cadeiras na calçada, jogar papo fora, uma cerveja na mão.

Quem são meus vizinhos?

Esquecemos de interagir como seres. Como humanos.
No falamos por telas. E supostamente já e o suficiente.
Nos falamos nos intervalos das novelas, da falta de energia, da bateria que acabou.

Falamos de nosso umbigos. Sobre o umbigo alheio. Sobre a falta de umbigo.
Sinto falta da grama, de pisar descalça.
Estamos sempre nos protegendo, nos respaldando, nos camuflando.
Precisamos provar a todo momento.
Provar que é realmente verdade o que está dizendo, porque estamos em tempos em que não se crê. Acostumamos a mentir.
Julgamos e faríamos o mesmo.
Não mudamos para pertencer.
A que?

Sentir algo. Um belo dia, cheia de alcool, desci do ônibus, tirei o tênis. Queria sentir o chão. Era concreto. Mas era o chão. Era algo.

Me sinto um alien, no meio de aliens, em que todos se sentem sozinhos.
Criarei um Alien um dia.
Deveria?
Deveria dizer "não querido, se infiltre será mais fácil". Será?
Para quem?

I´m a loud person.

Inclusive dentro de mim.