terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Então é isso.

Recolher. Lamber as feridas. Novas e profundas.

- Sabia que apaguei tudo?

- Tudo o que?

- O que estava ao alcance da mão.

- Pra quê?

- Não sei. Nunca fiz isso antes. Acho que, dessa vez, representavam um testemunho de algo falsificado.

- Mas você sabia, não?

- É. acho que sempre soube. Mas não quis acreditar. Me ouvir.

- Então... porque insistiu?

- Porque não insistiria? .... é, acho que queria provar que eu estava errada.

- E agora?

- E agora nada. To parada, correndo milhares de km em minutos. Esperando... a semana passar, o fim de semana passar. Nessa ânsia sem fim por algo que não sei o que é.
Sabe, ontem foi por pouco. Quis ligar e falar que encontrei uma bobagem que ela queria. Fiquei ali parada, no meio de um corredor de supermercado olhando para aquele pote de maionese de azeitona.
E eu só queria dizer isso e rirmos. E ela fazer graça e manha, como sempre fez.


Então era isso. Músculos contraídos. Mandíbula travada. Sono agitado. Descontroles diversos cheios de tensão.

Então era isso, esperar amansar o que não está ao alcance da mão.


..Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim
Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém...

...Eu já cansei de imaginar você com ela
Diz pra mim
Se vale a pena, amor....
....Não dá mais pra fingir que ainda não vi
As cicatrizes que ela fez
Se desta vez
Ela é senhora deste amor
Pois vá embora, por favor
Que não demora pra essa dor
Sangrar.

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